Dentro da chuva que
não cessa
Chovem incontáveis
alas...
Chovem sentimentos
aquecidos pela pressa
De uma quimera
repleta de desejos solares,
E que ardem,
indolores, nos colares de uma canção antiga
Na voz de uma Marina,
Quem sabe um Caetano,
Talvez um Moska...
Dentro da chuva
vertical vivem desejos oblíquos,
Cansados das festas
paralelas de suas quedas.
Dentro da chuva
vertical vivem outras chuvas
Curvas, horizontais,
côncavas e convexas...
Dentro da chuva vivem
chuvas de todas as cores,
Chuvas de todos os
nomes,
Chuvas avessas.
Vivem sóis e estrelas
alheios ao tempo.